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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Amplificador Meteoro Star Black 12

Amplificador Meteoro Star Black 12 que veio para manutenção. O cliente me relatou que o reverb desse ampli nunca funcionou, isso porque ele o comprou zerado e direto de uma loja especializada...
Além desse problema, o revestimento de carpete estava muito sujo e desgastado.

Painel traseiro, reparem na situação do revestimento...


 Crosta de sujeira no duto do respiro.


 Painel frontal.


 Visão interna do cabeçote.


 Reparem que o reverb está instalado em cima da placa do pré. Inicialmente verifiquei esse módulo de reverb de mola da Belton (típico da Meteoro), e está funcionando perfeitamente.



Olhando o circuito de potência, reparei que havia um resistor escuro, sinal de sobre-aquecimento.


Placa de fonte e potência vista por baixo.



O resistor que estava aquecendo serve de pré carga para um diodo zener de 15V que é alimentado pelo B+ da fonte. Devido ao aquecimento, o resistor derivou um pouco seu valor nominal, e a tensão regulada pelo zener estava a cima do especificado. Analisando a potência, reparei que mesmo em repouso, o circuito trabalha muito quente e sem motivo aparente, isso é característica de um projeto que usa componentes com especificações no limite da tolerância.
No caso dessa tensão de 15V fora, alterei o valor e potência do resistor de pré-carga para evitar sua queima ao longo do tempo devido ao aquecimento, e também ajustar a tensão regulada pelo zener. Vejam na foto abaixo que o resistor é outro:


Placa do pré.



O problema do reverb era devido a uma falha na soldagem do amp-op que faz o buffer da saída do módulo. Vejam pela seta que há dois pinos do operacional soldados em curto:


 Como o cliente me disse que adquiriu ele novo, tudo indica que foi uma falha tanto no setor de produção e qualidade da Meteoro... Agora, não me perguntem o por que do cliente não ter reclamado disso durante o prazo de garantia, pois eu não sei... Abaixo está a foto com o ponto de solda refeito.


 Visão do layout da placa do pré.


E vamos a limpeza do gabinete, vejam a sujeira que apareceu tirando a tela de proteção.


Espaço do cabeçote, tinha gato fazendo festa com esse ampli. Hehe


 Esse é o tweeter de piezo com seu filtro passa alta. Muitos reclamam desse ampli devido a esse tweeter, e também reparei que o chiado natural do ampli é bem amplificado por causa dele, mesmo com o volume no zero...


 Uma solução prática e versátil para a utilização desse tweeter, foi colocar em série uma chave liga/desliga para que o dono possa escolher quando usá-lo.


 A nova instalação ficou assim:


Visão interna do gabinete. Vejam que o cliente terá acesso a chave do tweeter pelo respiro, assim evitando de se acionar a chave acidentalmente com o ampli em funcionamento.


Gabinete e falante limpos.


Ampli montado. Nos testes de desempenho constatei que esse amplificador usando até 100Wrms, tem uma distorção abaixo de 1% ( isso com ajustes meus), se passar disso, o que é somado para dar 130Wrms é só distorção... Como a própria Meteoro não informa essa especificação em sua ficha técnica, o equipamento saiu melhor do que entrou.


 Vejam a diferença depois de limpo.

 

Visão traseira. Havia alguns pontos de desgaste no carpete que só foi possível dar um jeito aparando os pelos com tesoura.


 Manutenção concluída e pronto para o groove.


Assistência Técnica de amplificador para contrabaixo.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Amplificador Meteoro QX-200 - Guitar

Esse é um amplificador digamos, "pau para toda obra" da meteoro, tem bons controles de tonalidade e uma distorção excelente em minha opinião. Como ele tem uns 10 anos de uso, precisava urgente de uma revisão para corrigir algumas falhas que aparecem com o tempo de uso e a falta de cuidados.

Vejam também o post sobre o RX100 SuperBass clicando aqui.

Detalhe para a sujeira de anos encrostada no painel.


Reparem no reverb acima da placa de pré-ampli. É da marca coreana Belton, sinceramente achei ele um pouco fraco para o porte do ampli...


Placa de pré já revisada e limpa. Foi trocado todos os pot's devido ao desgaste.


Essa é a placa do fonte e da potência, estava com um pequeno defeito na saída de linha, causado por resistores abertos.


Esse é o vão do falante, reparem que o gabinete internamente estava bem sujo.


Melhorou um pouco o aspecto depois da limpeza.


O falante também estava bem sujo.


Depois de limpo.


O falante é de 15", 4ohm de impedância e 300W (Acho...), se não me engano o fabricante é a Bravox.


Resultado do painel depois de limpo. O courino que reveste o ampli está muito danificado. Para melhorar o aspecto, lustrei toda a parte externa do ampli com graxa de sapateiro.  


Traseira. O cabo de alimentação estava com um remendo para chegar a 3 metros, então fiz a troca por um novo.


Frontal. Para finalizar, foi dado uma mão de tinta esmalte prateada na grade de proteção do falante, pois esta estava com muitas marcas de oxidação, e o nome da Meteoro já tinha desgrudado e caído. 



Assistência Técnica de amplificador para guitarra..

sábado, 8 de março de 2014

Amplificadores válvulados ou transistorizados, qual é melhor?

Devido a grande controvérsia sobre o assusto 'amplificadores de guitarra', resolvi fazer um comentário baseado na minha experiência como músico e técnico em eletrônica.

O sonho de praticamente todo guitarrista é ter um ampli valvulado, mas nem todos podem comprar pois o projeto desse amplificador é muito caro devido as próprias válvulas e os transformadores contidos nele. Sendo assim, sobra duas alternativas para os menos afortunados; os amplis transistorizados e os híbridos (Pré transistorizado + 1 válvula, e potência transistorizada). Mas o que muitos ignoram, é que muito deve ser analisado antes de se escolher qual tipo de amplificador comprar.

Creio que vocês conhecem como são as válvulas e os transistores, então não vou entrar em especificações técnicas. Segue abaixo uma comparação entre os dois componentes:

*A saturação das válvulas distorcem (ceifam as ondas sonoras), mais evidentemente em harmônicos pares, enquanto os transistores distorcem em harmônicos irregulares ou ímpares. Ou seja, a distorção das válvulas é mais agradável ao ouvido humano, pois os harmônicos pares são musicais, ao contrário da distorção dos transistores que dão uma sensação de bagunça sonora e tende a ser "pesada para o ouvido". E por esse motivo, amplificadores de áudio quando valvulados dão a sensação de ter volume maior que os transistorizados (isso quando trabalhando em saturação);
*Válvulas por natureza tem resposta em frequência melhor que os transistores (estou me referindo a alta frequência), mas hoje em dia há modelos de transistores com capacidades equivalentes;
*Válvulas necessitam de transformadores de acoplagem para "casar" impedâncias, principalmente no circuito de potência para os falantes. Isso acaba por encarecer o projeto ao contrário do transistores que não necessitam disso; 
*Válvulas precisam de alta-tensão para funcionar, transistores não (pelo menos na maioria das aplicações...).
*Válvulas trabalham muito quentes, dependendo podem chegar a 500º C em certos circuitos de potência, já os transistores se muito, trabalham de 80º C à 150º C em condições especificas;
*Válvulas necessitam de um espaço maior no circuito, também incluindo o espaço dos trafos e para ventilação. Os transistores são bem menores e só necessitam de um dissipador de calor na maioria das vezes.

Levando em consideração as informações acima, as válvulas são melhores que os transistores quando se trata de TRANSMISSÃO (RF) e POTÊNCIA SONORA (desconsiderando a qualidade do áudio, ou seja, quando o sinal está distorcido). Mas mesmo assim, esses projetos são mais viáveis$$ quando utilizado transistores.

O que cada guitarrista deve ter em mente quando for adquirir qualquer ampli, é basicamente como ele gosta de "timbrar"o seu som. As dicas que posso dar para ajudar são as seguintes:

Amplificador híbrido com somente o pré valvulado é besteira, é somente uma forma de vender gato por lebre pela construção ser mais barata... O que garante o timbre "quente" de um ampli valvulado é a saturação da potência e não a do pré. Um exemplo de ampli híbrido ótimo, é o JCM 900 da Marshall, seu pré é montado com amp-op's juntos com as válvulas, e sua potência é totalmente valvulada. Esse ampli é um dos mais versáteis, dá para tirar um som desde um blues até um thrash metal.
A Meteoro tinha em linha um ampli só com a potência valvulada sem conter pré, era uma boa saída para quem gosta de usar pedais, pré transistorizado e módulos digitais.

Amplificadores transistorizados tem o som limpo muito bom, a comparação com os valvulados geralmente é questão de gosto de cada um (Citam a "compressão" que a válvula causa no sinal, mas isso é uma característica própria dela devido ao alto volume do ampli, transformador de saída e etc... Sem mencionar os harmônicos que ela acresce ao som mesmo limpo, caracteristica por ela trabalhar de forma ressonante...).
Enquanto a distorção, com o passar do tempo a qualidade e diversificação melhorou muito, principalmente para quem gosta de distorção pesada. E para quem gosta de utilizar pedais e multi-efeitos, aconselho sem erro a compra de um transistorizado.

Amplificadores valvulados geralmente são específicos, tem um ótimo som limpo e uma distorção encorpada, mas não conseguem agradar os guitarristas mais versáteis ou de 'metal' por não chegarem a uma distorção "ultra-pesada" puramente, nesse caso, precisam de um "empurrão" de algum pedal de efeito. Eu particularmente acho desperdício comprar um ampli valvulado e acabar usando um pedal de distorção para ter mais ganho. Há guitarristas que gostam, por exemplo cito Steve Vai e Joe Satriani, que usam um distortion da BOSS junto com seus amplis valvulados.
"Empurrar" o ampli com um booster ou tube-scream/overdrive é aceitável, mas se você for daqueles que só usa metalzone ou distorções do tipo, estará matando o timbre do ampli, e sinceramente, quem faz isso jogou dinheiro fora ao comprá-lo...

Quem quer mesmo ter um ampli valvulado, e é um guitarrista de "muitos timbres", procure um ampli de canal triplo, ou com função de alto-ganho ou booster, isso ajudará e muito na sua satisfação, só não irá ajudar muito no bolso.


quarta-feira, 5 de março de 2014

Amplificador Peavey Envoy 110 série Transtube (Update)

Esse ampli é do meu próprio uso, e já faz um tempo que precisava de uma revisão geral. Os potenciômetros dele estavam chiando demais e precisavam ser limpos.

Foto tirada antes da revisão, reparem que o courvin está com o aspecto sujo devido ao acumulo de poeira.


"Selo" da patente da tecnologia 'transtube'. Logo abaixo farei um comentário sobre ela.


Vista traseira. Esse ampli tem quase 20 anos, tanto que o adesivo do blue marvel descolou...


Etiqueta com o número de série.


Vista dos componentes eletrônicos.



 Vista das trilhas da placa.


 Vejam que a versão do circuito eletrônico é de 1994, abaixo o número de série da placa.


 Esse é o circuito de saída do amplificador. Potência máxima de 40Watts usando a configuração classe B


Do lado esquerdo da placa está o pré responsável pelo canal clean.


E do lado direito está o pré responsável pelo canal lead e a fonte. Reparem no relê que aciona o canal.


(26/08/18) Antes eu imaginava que uma das características responsáveis pela Tecnologia TRANSTUBE tinha a ver com esse 4560 da foto abaixo, e o esquema que tinha não era dessa versão do amplificador (antes de 94...), e que me induziu mais ainda ao erro. Mas na verdade, o segredo dessa "tecnologia", está em simular uma distorção característica de uma potência valvulada em classe B, usando pares de amplificadores (transistorizados) em classe B na saída, polarizando o circuito de forma a deslocar os níveis de entrada e de saída, isso somado a elementos de corte do sinal também na entrada e na saída quando o mesmo é incitado com "alto nível" de sinal na entrada. Basicamente a ideia é criar uma polarização excessiva do amplificador, de forma a imitar o crossover das válvulas em classe B e com isso obtendo um clipping característico desse tipo de amplificação. 

Para mais detalhes, leiam a patent US5524055



Falante Blue Marvel de 10", limpo do pó encrostado de anos...


 Vejam que naquela época os falantes já eram fabricados em Taiwan...


O tanque de reverb estava com algumas marcas de oxidação. Lubrifiquei com óleo singer para evitar a corrosão.


Entrada e saída de sinal.


Circuito responsável pela reverberação, o sinal entra no primeiro indutor, esse causa a vibração das duas molas paralelas que estão suspensas, e por ultimo o segundo indutor capta a vibração das molas e envia o sinal de 'reverb' para o ultimo estágio do pré.


Além da limpeza geral, passei graxa de silicone preta no courvin, isso deu um aspecto de novo ao ampli.


Devido ao desgaste, além da limpeza dos controles, tive que trocar o potenciômetro do High do canal lead.


Revisão finalizada, esse é o aspecto do ampli agora.


Assistência Técnica de amplificador combo.